SEXUALIDADE
Sendo o sexo uma força criativa eu diria que quem não tem problema de sexo está doente (Chico Xavier, em entrevista a Fernando Worm – 08/1976 – Lições de Sabedoria – FE).
Há muito tempo a sexualidade deixou de ser relacionada exclusivamente às funções biológicas e vinculada estritamente aos objetivos da reprodução e da perpetuação da espécie.
Preconceitos, notadamente religiosos, perduram por séculos, conceituando a sexualidade como manifestação meramente instintiva e pecaminosa, cujas expressões deveriam ser contidas sob severas punições.
O progresso do conhecimento científico e a revolução dos costumes, tais como as formulações das ciências psicológicas, os novos métodos contraceptivos, a ascensão social assumida pela mulher e a evolução da tecnologia das comunicações, têm modificado profundamente os conceitos e os comportamentos atinentes à sexualidade.
Transita-se da repressão preconceituosa, dissimulada por pretensas noções de moralidade, até a falsa ideia de liberdade inconsequente, em que as forças genésicas e afetivas são reduzidas a meros instrumentos de satisfação egoísta e irresponsável.
O reconhecimento da natureza humana em seus aspectos essenciais, ou seja, a identificação do homem como espirito imortal, transitoriamente reencarnado em ambiente expiatório e provacional, evoluindo sob leis naturais em processo expansivo e educativo de suas potencialidades, conforme esclarece a Doutrina Espirita, desperta a consciência para a real significação das forças sexuais.
A aptidão humana para o amor e sua capacidade de participar da criação universal, imanentes do espírito, determinam as energias afetivas e criadoras, que encontram na sexualidade seu campo de expressão e cujas formas traduzem as condições evolutivas de cada ser.
As manifestações da sexualidade, como outras expressões do espírito, estão sempre qualificadas pelo nível de sublimação dos sentimentos e do senso de responsabilidade, comprometendo cada consciência, no presente ou no futuro, com ou sem o corpo físico, perante si mesma, o próximo e Deus, conforme o seu ajustamento à lei fundamental da vida, o amor.
Fonte: Jornal Palavras de Luz nº 53 – março/2007