PREOCUPAÇÃO COM A MORTE- Perguntas retiradas do Jornal Palavras de Luz nº 181
1 – A morte é um fenômeno natural da vida. Como se explica o temor de muitas pessoas quanto à sua ocorrência?
R. A morte, por ignorância da vida, tem sido através dos milênios a causa de sofrimentos inimagináveis, desencadeadora de tragédias e de desconforto sem-fim. Todo o fenômeno biológico que se inicia, naturalmente cessa. Tudo que nasce, no plano físico interrompe-se, transforma-se, portanto, morre. Não há prazo, nem determinismo absoluto de tempo dependendo de inumeráveis razões para que o ciclo que começou se encerre. Assim, a morte é inevitável e o sofrimento que ela gera resulta somente de má interpretação dos objetivos da vida. (Livro Plenitude – Joanna de Ângelis, cap.12 – Divaldo P. Franco).
2 – A verdadeira vida é a do Espírito, não a do corpo físico. Mas, para aqueles que não acreditam em outra existência, ou simplesmente se negam a pensar na morte, o que ocorre quando terminam a sua existência?
R. Quanto menos se prepara o indivíduo para o seu enfrentamento, mais dolorosa se lhe apresenta no momento em que se impõe. O hábito de pensar no fenômeno inevitável produz aceitação da ocorrência, predispondo a uma natural conduta diante dele, o que faculta mais imediata liberação das ataduras e fixações emocionais em relação ao fardo celular. (Livro Reencontro com a vida- Manoel Philomeno de Miranda, cap. I – Divaldo P. Franco).
3 – Algumas pessoas passam longos períodos de inconsciência em hospitais, ou mesmo em casa, qual a necessidade de o Espírito passar por esses momentos dolorosos para os familiares, e talvez também para si mesmas?
R. Todo processo de fixação impõe período idêntico para a sua liberação. Longos transes em vida vegetativa no corpo, prolongados comas e difíceis recuperações orgânicas são, para o Espírito, terapia valiosa e recurso iluminativo para a sua evolução. (Livro Reencontro com a vidaManoel Philomeno de Miranda, cap. I – Divaldo P. Franco).
4 – O medo da morte está ínsito em muitos homens, desde sempre. Qual será a razão?
R. O temor da morte resulta de vários fatores inerentes à natureza humana e à sua existência corporal. Entre eles: a) o instinto de conservação da vida, que lhe constitui força preventiva contra a intemperança, a precipitação e o suicídio; b) a predominância da natureza animal, que nos Espíritos inferiores comanda as suas aspirações, tendências e necessidades; c) o temporário esquecimento da vida espiritual donde procede; d) o conteúdo religioso das doutrinas ortodoxas, que oferece uma visão distorcida, elaborando um mundo de compensações em graça como em castigo; e) o receio de aniquilamento da vida, por falta de informações corretas a respeito do futuro da alma e daquilo que lhe está destinado. (Livro Temas da Vida e da Morte – Manoel P. de Miranda, cap.11 –Divaldo Franco.
5 – O que podemos fazer para não temer a morte?
R. O exercício mental e o natural desapego das ilusões favorecem a confiança na sobrevivência, anulando o injustificável medo à morte. Para tanto, faz-se mister o amadurecimento íntimo que decorre da vivência equilibrada e do conhecimento que o estudo e a experiência propiciam, ou que resulta do sofrimento, o grande e oportuno fiador dos que se encontram encarcerados, anelando pela libertação. O homem deve pensar na morte conforme pensa na vida. (Livro Temas da Vida e da Morte – Manoel P. de Miranda, cap.11 –Divaldo Franco.
6 – O que nos informa a psicologia profunda do Espírito Joanna de Ângelis, a respeito do medo da morte?
R. Numa análise psicológica profunda, o homem teme a morte, porque receia a vida. Transfere, inconscientemente, o pavor da existência física para o da destruição ou transformação dos impedimentos que a constituem. Acostumado a evadir-se das responsabilidades, mediante os mecanismos desculpistas, o inexorável acontecimento da morte se lhe torna um desafio que gostaria de não defrontar, por consciência, talvez de culpa, passando a detestar esse enfrentamento. Para fugir, mergulha na embriaguez dos sentidos consumidores e das emoções perturbadoras, abreviando o tempo pelo desgaste das energias mantenedoras do corpo físico. (O homem Integral – Joanna de Ângelis, cap.9, Divaldo P. Franco.