Nos quadros sombrios do Calvário, após dedicar-se a gestos de amor incondicional, oferecendo ao mundo Sua sublime mensagem de fraternidade, Jesus rogou por aqueles que o injuriavam, feriam e martirizavam, pedindo a Deus que os perdoasse, porque não sabiam o que estavam fazendo.
Sua derradeira lição entre os homens, como expressão maior de amor à humanidade, foi um gesto de perdão. Revelou a dimensão de Seu amor, demonstrando a profunda compreensão da natureza espiritual dos insensatos, que não podiam avaliar a significação de suas atitudes.
Jesus recomendara a não retribuição ao mal recebido e a indulgências aos equivocados. Exaltara os misericordiosos e recomendara o perdão às ofensas. Estendido sobre a cruz, sem sentir-se ofendido, orou por seus ofensores, diante das graves responsabilidades que assumiam na imaturidade de suas consciências.
O perdão é um benefício principalmente para aquele que o exerce, porque liberta do peso do ressentimento e do desejo de vingança, que pode ser mais prejudicial do que a ofensa. O ofensor responderá pelo dano que causou. O ressentido é responsável pela mágoa que guardou. Um mostra o seu orgulho agressivo, o outro revela o seu orgulho ferido.
Sendo o perdão uma expressão da alma aprimorada, o seu aprendizado exige exercícios, que precisam da ofensa para serem realizados. Quem exercita a alma no perdão, aproveita a oportunidade que a vida lhe concede para superar as próprias falhas e expandir sua capacidade de compreender e amar, habilitando-se para a felicidade.
Quando a consciência desperta para a realidade espiritual e passa a reconhecer as justas e amorosas leis divinas, adquire profundo respeito por si mesmo e pelos semelhantes, compreendendo que todos os equivocados são aprendizes da felicidade, necessitados do perdão e de perdoar.
Tanto aqueles que ofendem como aqueles que não perdoam efetivamente não sabem o que fazem.
Fonte: Jornal Palavras de luz nº 18 – abril/2004