O VALOR DA VIDA
Na visão materialista, a morte do corpo é o fim completo da vida. De acordo com este entendimento, todos os interesses humanos são direcionados exclusivamente para a existência situada entre o berço, quando tudo começaria, e o túmulo, quando tudo terminaria.
Este modo de interpretar a realidade tem apresentado justificativas aparentemente racionais, para ideias absolutamente contrárias à sustentação da vida, sob a absurda alegação de valorizá-la
Assim, os riscos ecológicos, a pena de morte, a eutanásia, o aborto são enganosamente apresentados como fatores de progresso social, meios de assegurar a ordem pública, medidas de racionalidade econômica, iniciativas de solidariedade humana ou mesmo atos de dignidade ou de liberdade individual.
Em verdade, o egoísmo instrumentalizado pelo materialismo insensato, apenas pretende descaracterizar autênticos crimes contra a vida, perpetuados pela ambição desmedida, pela crueldade homicida e pela demência suicida, que tendem a afirmar-se diante da desinformação ou da informação equivocada.
Os fundamentos da Doutrina Espírita esclarecem sobre a imortalidade do espírito que anima temporariamente o organismo físico, ainda demonstrando nas suas experiências e suas condições intelectuais e emocionais, quando vive no plano espiritual sem o corpo material.
Os estudos espíritas elucidam sobre os complexos processos de encarnação – em que o espírito preexistente assume um novo corpo físico desde a fecundação – e de desencarnação – em que o espírito imortal libera-se molécula a molécula do corpo perecível.
Demonstram que a existência no plano material é imprescindível para a evolução do espírito, sendo este o objetivo essencial da existência física. Esta compreensão amplia o valor atribuído à vida na matéria, porquanto todas as experiências existenciais, em todas as suas fases, são significativas e indispensáveis ao desenvolvimento espiritual.
Apenas a vida do corpo poderá ser impedida ou interrompida, pois o espírito imortal continuará tão vivo após o túmulo, quanto esteve antes do berço, com suas funções emocionais e intelectuais plenamente ativas no nível evolutivo que lhe corresponde.
Atentar contra a própria vida ou a de outrem, além de inútil quanto aos fins pretextados, é iniciativa injustificável diante das leis naturais que regem a destinação humana e expressam a divina Força Criadora da Vida, determinando graves consequências individuais ou coletivas, no presente ou no futuro, no plano físico ou no espiritual, para as consciências comprometidas pela insensatez de transgredirem o antigo preceito: “Não matarás”.
Fonte Jornal Palavras de luz nº 44 – junho/2006