CULTO INDIVIDUAL DO EVANGELHO
Nem sempre encontrarás a colaboração precisa ao culto do Evangelho no templo familiar. Por vezes, será necessário esperar o amadurecimento dos companheiros, que se mostram semelhantes à folhagem viçosa nas robustas frondes da vida, incapazes de perceber a glória da frutificação do futuro
Ainda assim, procura a intimidade do Mestre e, sozinho embora, sintoniza-te com Ele, através da leitura divina.
Realmente, por agora, és parte integrante do grupo consanguíneo, mas, no fundo, és irmão da Humanidade inteira, com obrigações de avançar para frente.
Todos somos peregrinos da eternidade, em trânsito para a vida superior.
Cada situação no círculo das formas, em que experimentamos e somos experimentados, é simples posição provisória.
Lembra-te, pois, de que o dia será a inevitável arena do testemunho e, ao longo das horas, encontrarás mil alvitres diferentes
É a cólera pretendendo insinuar-se através do teu campo emotivo.
É a dor que tentará subtrair-te o ânimo.
É a ventania das provas, buscando apagar-te a fé vacilante e humilde.
É o verbo desvairado que te visitará nas bocas alheias, concitando-te a esquecer as melhores conquistas espirituais.
É a revolta que projetará fel sobre a tua esperança.
É a insubmissão do próprio “eu” que te criará dificuldades inúmeras.
É a vaidade que te repetirá velhas fantasias acerca de tua superioridade insistente.
É o orgulho que te apartará da fraternidade legítima.
É a preguiça que te fará acreditar no poder da enfermidade sobre a saúde e do desalento improdutivo sobre a alegria edificante.
É a maldade que te inclinará a palavra ao julgamento leviano ou apressado, no intuito de arrojar-te às trevas.
Recorda semelhantes inimigos que nos desafiam constantemente, na luta sem quartel da evolução e do aperfeiçoamento, e, no culto individual da Boa Nova, grava em ti mesmo as observações do Mestre Divino, anotando-lhe os conselhos e avisos e tomando as armas brancas da compreensão e do bem para lutar dignamente, cada dia, na abençoada conquista do futuro glorificado e sem fim.
Fonte: (Revista Reformador, agosto – 1952 – página 180, Editora FEB. Mensagem recebida por Chico Xavier em 21/08/1950, em Pedro Leopoldo)