34. Como pode viver bem um casal terreno, se vive marcado pela necessidade da prova e da expiação?
Como a Terra é um planeta de provas e expiações, os casamentos sobre seu dorso obedecem a essa dinâmica, ou seja, estão inseridos nos processos provacionais-expiatórios.
Isso, no entanto, não significa que os cônjuges deverão viver se estapeando, às turras, ferindo-se reciprocamente, de modo a justificar sua união de provas.
O casamento é de provas quando há várias limitações a superar, é prova na qual ninguém deve querer ser reprovado. Todos deverão buscar a aprovação. Se o casal está enfrentando suas lutas, segundo orientam as leis de Deus, o matrimônio é perfeito porque está cumprindo as suas finalidades num mundo ainda longe da perfeição.
Ocorrem situações em que um casal atravessa suas expiações sem nenhuma briga. Sofrem na esfera da saúde física, da saúde mental, da saúde econômica ou da saúde social.
Quantas vezes os cônjuges se unem muito bem, dão-se maravilhosamente, vivem em harmonia, mas um dos dois está enfermo, um dos dois se acha desempregado – e isso pode dar-se com ambos ao mesmo tempo -, enfrentam o impacto do nascimento de um filho portador de algum tipo de deficiência, com alguma enfermidade; têm que facear as dificuldades decorrentes de filhos que enveredam pela dependência química ou pela criminalidade, ou conjugam estas duas loucuras, apesar de todos os valores positivos que lhes tenham sido transmitidos ou de todos os bons exemplos que lhes foram mostrados.
Em situações assim, o casal aprende a se desfazer do orgulho e da vaidade e a apresentar-se com os filhos física ou moralmente doentes. Aprende a sair de casa para visitá-los no cárcere ou no hospital especializado, amandoos sempre mais, apesar do sofrimento.
Quantas coisas Deus permite sejam superadas numa relação assim difícil, a fim de que, ao final, se possa indagar: “o que é que se está passando conosco?”; “Quem são meu pai, minha mãe e meus irmãos?”, como um dia perguntou Jesus. Os pais perguntarão: Quem são meus filhos? Que espíritos são eles? Donde procedem? De que realidades provêm? Somente nessa oportunidade é que se consegue compreender que a família é muito mais do que um casal destinado às experiências da libido, às ligações genitais, às trocas afetivas.
A família é uma instituição de cunho divino, para fazer com que a vida se aprimore e se dirija para os fins traçados pelo Criador, que sempre se destinam à remota perfeição.
Fonte: Desafios da Vida Familiar – J. Raul Teixeira, pelo Espírito Camilo, 2003. P.67/68).