AFLIÇÕES PSICOLÓGICAS: ANSIEDADE, MEDO E SOLIDÃO.
A solidão pode ser observada naqueles indivíduos que passam grande parte do tempo atados a programas de TV ou outros instrumentos de trabalho (computadores) que os afaste dos grupos ou pessoas. Esta ligação quando exagerada, acaba empurrando o indivíduo para o isolamento por falta dos inter-relacionamentos pessoais. Também contribui para semelhante situação a quebra de laços familiares, pelos desentendimentos e mesmo falta de afetividade. São situações que estão sempre a conspirar na fixação de um estado de solidão.
Diante tal mecanismo, o solitário pode apresentar “um vazio”, algo indefinido, sem possibilidade de localização do processo tensional desse estado reacional. É conveniente lembrar que alguns indivíduos, por questão de temperamento, convivem e suportam esse “vazio”, mas que merece fazer-se a diferença com certos estados da patologia comportamental. Outros tantos, portadores de “humor frio”, devem ser avaliados a fim de não serem confundidos com posições melancólicas e componentes outros ligados a sentimentos de perda.
Não podemos deixar de referir a existência de certos indivíduos, absolutamente solitários, por não se enquadrarem nos mecanismos comuns das vivências do dia a dia, por serem pessoas evoluídas e, como tal, desadaptadas aos habituais modos de vida. Muitos são missionários, suas atividades maiores encontram-se afastadas dos blocos comuns. Realizam seus trabalhos construtivos por excelência, mas pouco compreendidos pela massa; somente reverenciados quando os efeitos dos seus labores se mostram após algum tempo; quase sempre após o desencarne, época em que passam a ser reverenciados. Os exemplos são muitos.
Todo esse triângulo de cargas emocionais, muitas vezes de modo compulsivo, observado nas exteriorizações da ansiedade, medo e solidão, podem apresentar-se em uma de suas angulações ou mesmo em totalidade. De conformidade com o grau de suas respectivas manifestações, poderão apresentar-se como originárias de suas próprias raízes espirituais, isto é, como exclusivos impulsos anímicos, ou associados por influências externas, que quase sempre ampliam a sintomatologia psíquica. Esta última condição exige que os casos sejam bem analisados, a fim de computarmos adequadamente essas inserções espirituais externas, parasitárias, a definirem, na maioria das vezes, autênticas obsessões espirituais.
Como cada caso será sempre um caso a ser apreciado e estudado, com finalidade de cura, não devemos esquecer os valores das terapias oficiais como, também, modelos alternativos que se têm mostrado eficientes, tal qual acontece com as equações da Doutrina Espírita (psicoterapia espírita). Salientemos, como de importância, os valores adquiridos na constante troca de ideias entre grupos de trabalho, as realizações maiores ou menores e sempre com atividades construtivas constantes. No trabalho bem orientado e adaptado a cada caso em particular, o ser encontrará a trilha adequada onde colherá, sem sombra de dúvidas, o manancial que tanto necessita para o seu bem-estar e segurança psicológica.
Jorge Andréa dos Santos, parte do cap. XX, da obra Segredos do Espírito, Ed. Edicel.