RESSENTIMENTO
Diante de agressões e confrontos sofridos, é compreensível o surgimento de mágoas e aflições. No entanto, se não tiverem caráter breve e passageiro, afirmam-se e cristalizamse, compondo os quadros graves do ressentimento.
Consistindo em estado de perturbação emocional, a mágoa persistente sustenta o sofrimento atribuído ao fato considerado ofensivo, que embora ocorrido no passado, é trazido pela memória com a força de estar ocorrendo no presente. O ressentimento faz sentir renovadamente a ofensa, perpetuando-a.
A pessoa ressentida causa sofrimento a si mesma, com a mágoa renovada que atribui ao ofensor, sem perceber que ofensor pode ser responsável pela ofensa, mas o magoado é responsável pela mágoa. Cabe ao ofensor questionar o que fazer com a ofensa cometida, cabendo ao magoado questionar o que fazer com a mágoa ressentida.
Gerando continuamente pensamentos infelizes, o ressentimento atormenta, ameaçando equilíbrio da mente e a saúde do corpo, ainda com exposição a influências espirituais perturbadoras, decorrentes da sintonia vibratória com mentes igualmente sofridas e infelizes, estabelecendo danosos processos obsessivos.
A capacidade de superar as mágoas é alcançada a partir de entendimento mais amplo da própria natureza e do sentido da existência, com a percepção de que todas as pessoas, na condição de espíritos em evolução no mundo de expiação e provas, se equivocam e são credoras de compreensão.
Assim, se ofender é um erro que precisa ser evitado pela aquisição da fraternidade, guardar mágoas é um equívoco que precisa ser superado pela conquista do perdão.
Para avançar no aprendizado da felicidade, a vida providencia experiências educativas das forças da alma, que alcança a capacidade de substituir estímulos primitivos e inferiores por expressões mais sublimadas dos sentimentos, habilitando-se gradativamente a sentir e ressentir o amor a Deus, ao próximo e a si mesma.
Fonte: Jornal Palavras de Luz nº 86 – Editorial.