FAMÍLIA E REENCARNAÇÃO
Geralmente nós não escolhemos a família na qual iremos reencarnar, bem como o papel a ser desempenhado no grupo consanguíneo. No Mundo espiritual, tudo está enquadrado na Lei de Méritos. Quando o Espírito possui um número relativamente extenso de créditos, ele pode permitir-se a programação de determinadas experiências que sejam do seu interesse, inclusive reencarnar no grupo familiar com o qual se identifica, embora isso não represente a maioria das situações, antes, constitui uma exceção à regra.
Portanto, na maioria das vezes, os mecanismos reencarnatórios são acionados mediante os retornos automáticos. Os Espíritos medianos estão incursos nesse modelo de renascimento que propicia a formação da maior parte das famílias.
Entretanto, existem as reencarnações programadas, utilizadas para os seres que vêm à Terra em tarefas específicas, como também para os grandes feitos missionários do bem. Esse modelo também é importante para os indivíduos que retornam ao cenário da vida com uma longa relação de dificuldades e sofrimentos em seu projeto existencial, que constituem uma proposta reeducativa de alto impacto. Por isso, eles necessitam de um preparo específico e de um acompanhamento detalhado. Nesses casos, os pais são apresentados ao futuro filho antes mesmo de reencarnarem, a fim de que tenham ciência do que ocorrerá na estrutura da família. E na existência corporal esses pais são igualmente levados à esfera extrafísica, em desdobramento através do sono, para testemunharem o planejamento reencarnatório do ser que em breve receberão nos braços.
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Ao longo de várias reencarnações, os indivíduos precisam assumir diferentes papéis sociais no palco da existência humana, mediante os quais adquirem maior soma de valores espirituais. Por essa razão, as modificações no vínculo afetivo variam ao infinito, permitindo readequações e novas disposições nos laços familiares de um determinado grupo de Espíritos. Considerando que os sentimentos mais profundos permanecem vivos na mente do ser, é fácil entender que a paternidade, a maternidade e os vários arranjos de parentesco são situações que estão limitadas à dimensão material. O que sobrevive é o amor, sem barreiras ou determinações absolutas. E, normalmente, quando esse amor é intenso, alguns espíritos reencarnam juntos várias vezes e em diferentes configurações.
(…) Quando ocorre a desencarnação dos membros do grupo familiar e eles se reencontram no Mundo espiritual, não ocorre qualquer desconforto ou dificuldade de relacionamento afetivo entre aqueles que avançam lado a lado na direção do Infinito… E com isso os laços de família se estreitam nessas afinidades que conduzem o indivíduo a verdadeiros êxtases de amor espiritual, demonstrando que a proposta do amor suplanta todos os limites humanos.
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De forma geral, portanto, não temos a família dos nossos sonhos, mas aquela que representa uma alavanca para o nosso crescimento, sob as bênçãos de Deus. Para onde formos, levaremos a nossa necessidade evolutiva. Trocaremos de pessoas, de lugares ou de posturas, mas seremos inexoravelmente convidados a um processo educativo, pois essa é a finalidade precípua da reencarnação: reparar para crescer, progredir para ser feliz.
Fonte Livro: Vivências do Amor em Família de Divaldo Franco, Organizado por Luiz Fernando Lopes