MEIO AMBIENTE – POLUIÇÃO E PSICOSFERA
Espíritas e ecologistas identificam rastros de poluição nos dois planos da vida. São diferentes categorias de “resíduos” que geram problemas tanto no plano material quanto no campo sutil. Nas ciências ambientais, define-se como poluente toda substância ou agente físico que provoca, de forma direta ou indireta, qualquer alteração ou efeito adverso no ambiente. Embora os poluentes sejam tão antigos quanto o homem — visto que basta viver para descartar resíduos que podem gerar problemas —, foi a partir da segunda metade do século XX, com o desenvolvimento dos meios de produção e de consumo, que os impactos sobre o ar, a água e a terra — gerados a partir do descarte inadequado de diferentes famílias de resíduos em grande escala — se transformaram em um problema global ainda sem solução.
No livro Após a tempestade, psicografado pelo médium Divaldo Pereira Franco em 1974, dois anos depois da Conferência de Estocolmo, o Espírito Joanna de Ângelis dedica um capítulo inteiro, intitulado “Poluição e psicosfera”, à abordagem desse problema. Ecólogos do mundo inteiro preocupam-se na atualidade com a poluição devastadora, que resulta em detritos superlativos que são atirados nos oceanos, lagos e “terras inúteis” circunjacentes às grandes metrópoles, como tributo pago pelo conforto e pelas conquistas tecnológicas.
Em outro trecho da mensagem, Joanna estabelece conexões importantes entre diferentes tipos de poluentes: […] referimo-nos à poluição mental que interfere na ecologia psicosférica da vida inteligente, intoxicando de dentro para fora e desarticulando de fora para dentro. Estando a Terra vitimada pelo entrechoque de vibrações, ondas e mentes em desalinho, como decorrência do desamor, das ambições desenfreadas, dos ódios sistemáticos […] a poluição mental campeia livre, favorecendo o desbordar daquela de natureza moral, fator primacial para o aparecimento das outras que são visíveis e assustadoras.
De acordo com o site de pesquisa espírita www.guia.heu.nom.br, a autoria do neologismo psicosfera (também chamada de fotosfera psíquica) é atribuída ao Espírito André Luiz, autor de Nosso lar, psicografado por Francisco Cândido Xavier, best-seller com mais de 1.600.000 exemplares vendidos até hoje no Brasil. Psicosfera é um: […] campo resultante de emanações de natureza eletromagnética, a envolver todo o ser humano, encarnado ou desencarnado. Reflete não só a sua realidade evolutiva, seu padrão psíquico, como sua situação emocional e o estado físico do momento.
A expressão ganha significados mais amplos no Dicionário de filosofia espírita de L. Palhano Jr. Lá o verbete psicosfera é apresentado como “o mesmo que aura; ambiente psíquico, campo de influência psíquica de um indivíduo, pessoa, animal, vegetal, objeto, ambiente, planeta etc.”
O cientista, filósofo e teólogo sueco Emanuel Swedenborg descreveu certa vez a existência de uma “densa nuvem que se havia formado em redor da Terra, devido à grosseria psíquica da humanidade”.
Entende-se no meio espírita que a psicosfera de um mundo de provas e expiações (atual nível evolutivo da Terra) é sofrível. O Espírito André Luiz, no livro Missionários da luz, menciona as “emanações de natureza psíquica que envolvem a humanidade, provenientes das colônias de seres desencarnados que rodeiam a Terra”. E ressalta a importância da oração para desanuviar esse ambiente psíquico desfavorável: “Toda prece elevada é manancial de magnetismo criador e vivificante e toda criatura que cultiva a oração, com o devido equilíbrio de sentimento, transforma-se, gradativamente, em foco irradiante de energias da Divindade”.
No mesmo livro, é impressionante o relato feito a André Luiz pelo instrutor Alexandre a respeito de outras energias que alcançam a humanidade no orbe terrestre, determinando a qualidade do meio ambiente em que vivemos:
Descem sobre a fronte humana, em cada minuto, bilhões de raios cósmicos, oriundos de estrelas e planetas amplamente distanciados da Terra, sem nos referirmos aos raios solares, caloríficos e luminosos que a ciência terrestre mal começa a conhecer. Os raios gama, provenientes do rádio que se desintegra incessantemente do solo, e os de várias expressões emitidos pela água e pelos metais, alcançam os habitantes da Terra pelos pés, determinando consideráveis influenciações. E, em sentido horizontal, experimenta o homem a atuação dos raios magnéticos exteriorizados pelos vegetais, pelos irracionais e pelos próprios semelhantes.
O leitor já deve ter se dado conta da abrangência do meio ambiente quando combinamos as visões ecológica e espírita da realidade que nos cerca. Se a ciência ecológica oferece um amplo espectro de observação interligando sistemas que variam do micro ao macrocosmo, o Espiritismo desdobra esse olhar na direção do campo sutil, alargando enormemente o horizonte de investigação
Fonte: Livro: Espiritismo e Ecologia – André Trigueiro.