ILUSÃO
É mais produtivo para a evolução das almas acreditar naquilo que se sente do que nas palavras que se ouvem.
As ilusões que criamos servem-nos, de certa forma, de defesas contra nossas realidades amargas. Embora possam, por um lado, nos poupar das dores momentaneamente, por outro, nos tornam prisioneiros da irrealidade. Para possuir uma mente sã, é preciso que tenhamos a capacidade de aceitação da realidade, jamais fugindo dela.
Muitos de nós conservam a ilusão de que a posse material proporciona a felicidade; de que o poder e a fama garantem o amor; de que a força bruta lhes protegerá de uma possível agressão; e de que a pratica sexual lhes daria uma integral gratificação na vida. Quase sempre, desenvolvemos essas ilusões na infância com nossos pais, professores, outros parentes, como sendo reais ensinamentos, quando, em verdade, não passam de crenças distorcidas de indivíduos que tinham o dinheiro e o sexo como divindades supremas.
Mesmo quando crescidos e maduros, sentimos medo de abandoná-las. Não será fácil renunciarmos a essas ilusões, se não nos conscientizarmos de que a alegria e o sofrimento não estão nos fatos e nas coisas da vida, mas sim na forma como a mente os percebe. Enquanto usarmos nossa mente, sem que ela esteja ligada a nossos sentidos mais profundos, ficaremos agarrados a esses valores ilusórios.
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Para que nossos atos e comportamentos sejam verdadeiros, as emoções devem ser percebidas como são e totalmente reconhecidas pela nossa personalidade, a fim de que nossa expressão seja natural, fácil e apropriada às situações.
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Censurar as emoções é ilusão; seria o mesmo que censurar a própria Natureza. Habitualmente, os pais costumam repreender o filho dizendo que não deveria ter raiva ou medo. Por certo condenam as crianças por essas emoções e as obrigam a escondê-las, porém eles não conseguem extirpá-las. Ao punirem seus filhos, por estes expressarem suas emoções naturais, talvez não estejam usando o melhor método educativo. Não seria melhor ensinar-lhes os códigos do bom comportamento social, deixando que seu modo de ser flua com naturalidade e equilíbrio, sem anular a personalidade ou torná-los submissos?
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Não sentir é viver em constante ilusão, distanciado do verdadeiro significado da vida. A repressão das emoções inibe o ritmo e a pulsação interna, limita a vitalidade e reduz a percepção. Quando reprimimos uma emoção, por certo estaremos reprimindo muitas outras. Ao reprimirmos nossas emoções básicas (medo e raiva), certamente estaremos reprimindo também as emoções da afetividade. Infelizmente, não conseguiremos lidar com as dificuldades e encontrar soluções, se perdermos o contato com as leis da Natureza, aliás criadas por Deus e que nos regem a todos. É mais produtivo para a evolução das almas acreditar naquilo que sente do que nas palavras que se ouvem.
Fonte: Livro As dores da alma, Francisco do Espírito Santo Neto, pelo espírito Hammed. fl.57.