EDUCAÇÃO ESPÍRITA
Seu filho nasceu.
Abrindo seus olhos para este lar, essa criança traz, dentro de sua alma, um mundo de necessidades espirituais, a fim de superar seus problemas e limitações.
Ele não é alguém feito por Deus nesta hora.
Lembre-se de que o recém-nascido é um velho e antigo amigo ou desafeto que procura um porto de esperança e renovação, chegando com uma bagagem espiritual que, em dias próximos, você irá reconhecer e interpretar.
Oriente-o, com amor, a partir deste instante.
Leve-o ao encontro dos princípios do cristianismo redivivo desde suas primeiras horas, envolvendo-o nos compromissos da religião Espírita, para que ele não se entregue às ilusões da indiferença religiosa.
Não aceite a ideia de dar-lhe o máximo de liberdade, já que todos os futuros direitos dele deverão decorrer do cumprimento de obrigações exigidas pela Vida.
Lembre-se de que, embora vindo de Deus, seu filho nasceu dependente de seu amor e de seu desvelo, já que a própria reencarnação nos impõe limites naturais e todos nós somos necessitados de correção e expiação de nosso passado não tão distante.
Seu filho, desde cedo, deve ser levado ao conhecimento religioso, a fim de aprender a alimentar-se de bondade e de fé em Deus.
Não lhe abra, pois, a porta da liberdade plena, a fim de que, no amanhã que vem próximo, não se encaminhe este seu filho, para o auto aniquilamento e para as barras da justiça terrena.
O lar, consideremo-lo como o porto de retorno, onde o viajor da vida há de refazer-se, renovando a sua bagagem de experiências, aprendendo a servir seus semelhantes, sem estacionar na estação do “ser servido”.
Disciplinar é preciso!
Se nessa criança não forem depositadas as sementes da bondade, da esperança, da fé em Jesus, você poderá ser chamada a colher o joio amargo nos anos futuros.
Todos que renascemos, em novo berço de esperança, somos velhos devedores da Humanidade, carregando dívidas e deveres de amor e bondade não realizados, no curso de nossas vidas, anteriores a esta nova que se inicia.
Não poupe a disciplina, desde cedo, para que você não venha, mais tarde, a debulharse em lágrimas de dor e arrependimento.
Junto de seu filho, portanto, reflita sobre a renúncia e o sacrifício que ele exigirá de você, por toda a sua existência e, longe de simplesmente admirar-lhe o rostinho angelical, eduque-o!
Fonte: Livro “Filhos, Como Educá-los na Visão Espírita”. Roque Jacintho.