DROGADIÇÃO NA FAMÍLIA
Mesmo nos lares equilibrados, onde o amor enriquece os sentimentos, encontram-se espíritos atormentados interiormente, incapazes de lutar contra as más inclinações, que se fazem trânsfugas (desertoras) aos deveres que lhe dizem respeito, tombando nas armadilhas do erro, de que se deveriam libertar por completo.
Em virtude da larga e fácil propagação das drogas perversas, esses espíritos quase sempre reincidem nos vícios a que se acostumaram, sem forças para superar as situações afligentes que lhes desencadeiam as falsas necessidades para as fugas doentias…
A vigilância dos pais, em relação aos filhos, especialmente na adolescência, quando surgem as mudanças impostas pelos hormônios sexuais, que dão lugar à agressividade, aos silêncios prolongados, à alienação familiar, à desconfiança, pode evitar os comprometimentos com as drogas, que se apresentam como falso recurso de equilíbrio para os enfrentamentos diários.
No começo, a experiência é resultado da curiosidade, ou da orientação de outrem mais astuto e dependente, ou de traficantes hábeis que se insinuam aos grupos jovens, através de outros viciados, convidando ao baseado ou a uma aspiração de pó… Não poucas vezes, o resultado é surpreendentemente desagradável, mas logo é superado pela sensação de euforia que surge na repetição, pela ação delirante da substância utilizada.
A educação moral no lar é o recurso mais próprio para evitar-se a contaminação dessa pandemia – a drogadição -, ensejando segurança emocional e afetiva ao ser inquieto e inseguro no processo de sua reencarnação, trabalhando-lhe os tesouros morais que serão estimulados para a luta e para o equilíbrio.
As conversações sinceras, sem rodeios e com clareza, referindo-se às ocorrências do cotidiano, sempre apresentando as lições positivas de que se podem retirar, ensejam a manutenção da confiança dos filhos nos pais, que serão sempre consultados antes das atitudes infelizes, aconselhando-se, ou que serão informados de insucessos que os afligem desde o começo, no claro-escuro das decisões…
Não será uma fiscalização defluente da desconfiança, da suspeita sem justificativa, mas um cuidadoso acompanhamento emocional e espiritual dos acontecimentos que afetam o grupo familiar, buscando-se sempre a solução da dificuldade, jamais a censura, a punição, a atitude puritana e superior de que muitos pais se utilizam para mais aprofundar as distâncias emocionais que se fazem durante esse período delicado.
Quando, no entanto, seja constatada a presença da insidiosa drogadição em algum dos membros da família, a postura dos pais deverá ser a de equilíbrio e não de espanto, de lucidez e não de autopunição ou de autocompaixão, mais afeiçoando-se ao combalido e sustentandoo com a sua compreensão, trabalhando pela sua recuperação.
O paciente, portanto, vítima de qualquer droga no lar, deve merecer a mesma consideração, evitando-se discriminá-lo, mediante acusações frontais ou disfarçadas, que mais o empurram para o abismo, por faltar-lhe o concurso da afetividade familiar.
Todos aqueles que formam o conjunto doméstico, de alguma forma encontram-se comprometidos uns com os outros, ou, pelo menos, com as Leis da Vida, que os reúnem para o processo de crescimento moral e espiritual, auxiliando-os na conquista dos inapreciáveis recursos da sabedoria no rumo da Imortalidade.
Texto extraído do livro “Constelação Familiar”, Espírito Joanna de Ângelis. Psicografia de Divaldo Franco.