A RAZÃO DA DOR
A dor possui uma função específica extraordinária: auxiliar o progresso da criatura humana.
As admiráveis conquistas da ciência têm tido por objeto diminuir-lhe a intensidade ou mesmo suprimi-la.
Enfermidades cruéis têm sido debeladas, distúrbios orgânicos de gravidade vêm recebendo valiosa contribuição para serem reequilibrados, e não cessam os investimentos nas pesquisas, para tornarem a existência física mais amena, agradável e enriquecedora.
Não obstante, a inferioridade moral, em predomínio, torna-se responsável pelo surgimento de novas doenças e mais perversos distúrbios nos complexos mecanismos do corpo somativo.
Dores há que domam as paixões inferiores, que resgatam dívidas, que reabilitam, que abençoam vidas…
Abastece-te, porém, nas Fontes Inexauríveis do Bem, e organiza a tua vida moral e mental, de forma que os teus atos sejam produtores de harmonia pessoal e de equilíbrio, quando convidado pela dor-reparação ao testemunho de libertação espiritual, ou diante de qualquer expressão de sofrimento que te visite.
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A tua é uma dor pessoal, intransferível, que ninguém pode compartir.
(…) Qual ocorre contigo, os teus amigos e afetos encontram-se igualmente sofridos e, mesmo que não o digam, passam por momentos difíceis.
(…) Ninguém passa pela terra sem a presença da agonia.
(…) Existe a dor-elevação, a dor-conquista, a dor-resgate.
(…) Desveste-te das prevenções e do pessimismo, da autocompaixão e da revolta surda, amando mais, e conseguirás com rapidez a harmonia.
(…) Num balanço justo, a tua coleta de favores divinos é muito maior que o testemunho de lágrimas e dores.
Assim, mesmo aquelas lágrimas que vertes e as dores que carpes poderão ser amenizadas, se mudares de paisagem mental e começares a agradecer a Deus, louvandoO através da oração.
A indumentária carnal, por mais resistente, um dia se rompe e desnuda o Espírito que volve à realidade imortal.
Se sofreu com resignação e amealhou benefícios retirados do sofrimento, a sua dorresgate brinda-o com os reencontros felizes e as alegrias a que faz jus.
Se, no entanto, não foi suportada com o aprumo e a elevação necessários, prossegue, porque dívida não paga ressurge com juros e a aumentam.
Fonte: Livro Desperte e seja feliz. Divaldo Pereira Franco, pelo Espírito Joanna de Ângelis – pg.124 a 128.