MEDIUNIDADE NA INFÂNCIA
O Livro dos Médiuns – Segunda Parte – Capítulo XVIII
Qual é a idade na qual se pode, sem inconveniente, se ocupar da mediunidade?
Não há idade precisa e isso depende inteiramente do desenvolvimento físico, e ainda mais do desenvolvimento moral; há crianças de 12 anos que serão menos afetadas do que pessoas adultas.
Como os espíritos disseram a Kardec, não há idade precisa para que se possa, sem inconvenientes, ocupar-se da mediunidade. Entretanto, algumas considerações devem ser feitas. Na criança, a mediunidade existe espontaneamente.
Até os 7 anos, o Espírito reencarnado permanece mais ligado ao Plano Espiritual do que à Terra. Neste período, é comum que a criança veja ao lado de seu próprio berço os Espíritos ligados a ela… O que, não raro, se considera fruto da imaginação infantil, é manifestação mediúnica das mais legítimas.
Principalmente as crianças sozinhas, sem irmãos e amigos, costumam receber a visita de companheiros desencarnados com os quais conversam naturalmente, como se estivessem dialogando com alguém que conhecessem há muito tempo!
Quando essas visões e diálogos com os Espíritos não trazem nenhuma perturbação para a mente infantil, não há com que se preocupar. À medida que a atenção da criança for sendo solicitada pelo mundo, essas manifestações irão se espaçando até que desapareçam por completo para, talvez, reaparecerem mais tarde.
Quando, no entanto, a criança se mostra intranquila, acordando sobressaltada no meio da noite, é aconselhável que ela seja encaminhada para um tratamento num Centro Espírita. Os Espíritos Benfeitores, então, agirão, com a permissão de Jesus, afastando da criança a presença das entidades que, consciente ou inconscientemente, a estejam molestando.
Se a “reencarnação psicológica” se completa em torno dos 7 anos de idade, a “reencarnação moral” leva mais tempo. Somente quando atinge a maioridade, é que o Espírito, completamente integrado no corpo, mostra por fora o que é por dentro. Por isso, observamos, nesta faixa etária, tantas mudanças de comportamento.
De uma maneira geral, antes que o jovem faça sua opção pela mediunidade, ele deve ter a cabeça assentada, procurando estar plenamente convicto do que deseja na vida. Mediunidade na infância ou na juventude não é sinônimo de evolução espiritual. Não é porque uma criança ou jovem seja médium que ele deve ser interpretado à conta de um missionário da mediunidade!
Deixemos, tanto quanto possível, a criança ser criança e o jovem ser jovem, preocupando-nos em formar-lhes o caráter; quanto à mediunidade, quem renasceu com este compromisso, na hora certa será chamado a executá-lo, sem que lhe seja possível fugir a ele sem graves prejuízos para si mesmo.
Fonte: Mediunidade e Caminho. Carlos A. Baccelli, pelo Espírito Odilon Fernandes