NECESSIDADE DE EVOLUÇÃO – Educação – fonte de bênção
As tendências, que promanam do passado em forma de inclinações e desejos, se transformam em hábitos salutares ou prejudiciais quando não encontram a vigilância e os mecanismos da educação pautando os métodos de disciplina e correção. Sob a impulsão ao atavismo que se prende nas faixas primevas, das quais a longo esforço o Espírito empreende a marcha da libertação, os impulsos violentos e a comodidade que não se interessa pelos esforços de aprimoramento moral amolentam a individualidade, ressurgindo como falhas graves da personalidade.
Muito importante a missão da educação como ciência e arte da vida. Encontrando-se ínsitas no Espírito as tendências, compete à educação a tarefa de desenvolver as que se apresentam positivas e corrigir as inclinações que induzem à queda moral, à repetição dos erros e das manifestações mais vis, que as conquistas da razão ensinaram a superar.
Por educar, entenda-se, também, a técnica de disciplinar o pensamento e a vontade, a fim de o educando penetrar-se de realizações que desdobrem as inatas manifestações da natureza animal, adormecidas, dilatando o campo íntimo para as conquistas mais nobres do sentimento e da psique.
Nas diversas fases etárias da aprendizagem humana, em que o ser aprende, apreende e compreende, a educação produz os seus efeitos especiais, porquanto, através dos processos persuasivos, libera o ser das condições precárias, armando-o de recursos que resultam em benefícios que não pode ignorar.
Como se assevera, com reservas, que o homem é fruto do meio onde vive, convém se não esquecer de que o homem é o elemento formador do meio, competindo-lhe modificar as estruturas do ambiente em que vive e elaborar fatores atraentes e favoráveis onde se encontre colocado a viver.
Além do ensino puro e simples dos valores pedagógicos, a educação deve esclarecer os benefícios que resultam da aprendizagem, da fixação dos seus implementos culturais, morais e espirituais. Por isso, e sobretudo, a tarefa da educação há que ser moralizadora, a fim de promover o homem não apenas no meio social, antes preparando-o para a sociedade essencial, que é aquela preexistente ao berço donde ele veio e sobrevivente ao túmulo para onde se dirige.
Nesse sentido, o Evangelho é, quiçá, dos mais respeitáveis repositórios metodológicos de educação e da maior expressão de filosofia educacional. Não se limitando os seus ensinos a um breve período da vida e sim prevendo-lhe a totalidade, propõe uma dieta comportamental sem os pieguismos nem os rigores exagerados que defluem do próprio conteúdo do ensino. Não raro, os textos evangélicos propõem a conduta e elucidam o porquê da propositura, seus efeitos, suas razões. Em voz imperativa, suas advertências culminam em consolação, conforto, que expressam os objetivos que todos colimam.
Educação, pois, da mente, do corpo, da alma, como processo de adaptação aos superiores degraus da vida espiritual para onde se segue.
A educação, disciplinando e enriquecendo de preciosos recursos o ser, alça-o à vida, tranquilo e ditoso, sem ligações com as regiões inferiores donde procede. Fascinado pelo tropismo da verdade que é sabedoria e amor, após as injunções iniciais, mais fácil se lhe torna ascender, adquirir a felicidade.
Fonte: Trechos extraídos do Livro S.O.S. Família. Joanna de Ângelis, psicografado por Divaldo Pereira Franco.