AMOR AO PRÓXIMO
Ao ensinar o amor ao próximo, Jesus revelou claramente a solução para todos os problemas humanos, orientando sobre a maneira de se alcançar a felicidade.
Para a humanidade, no entanto, a par de todo o progresso científico e tecnológico alcançado, não faltam problemas, nem anseios de felicidade, indicando o quanto de amor ao próximo ainda precisa ser praticado.
Estudiosos têm aprofundado valiosos conhecimentos sobre a natureza humana e formulado complexas teorias sobre sentimentos e comportamentos, buscando formas ideais de relacionamento interpessoal, para o estabelecimento de estados harmoniosos para os indivíduos e seus grupamentos.
Jesus, no entanto, apenas recomendou que fizéssemos aos outros aquilo que gostaríamos que nos fosse feito. Estas palavras, tão simples, podem ser entendidas por todos e encerram atitudes que todos podem assumir. Não exigem conhecimento especializado, mas pedem observação sobre o que gostaríamos que nos fosse feito sempre que tivermos de fazer algo que envolva outra pessoa, incluindo pensamentos, palavras e ações.
Isto é válido para os pais e para os filhos; para as crianças e para os adultos; para os jovens e para os idosos; para o homem e para as mulheres; para os ricos e para os pobres; para quem ensina e para quem aprende; para os saudáveis e para os enfermos; para quem governa e para quem é governado; para quem paga e para quem recebe; para os encarnados e para os desencarnados… Dependemos uns dos outros em todos os planos existenciais e somos instrumentos da vida para o atendimento às necessidades comuns. Não nos faltam necessidades, nem próximos, nem capacidade de amar.
O egoísmo, no entanto, como primitiva força instintiva, direciona a interesses exclusivistas, que afastam as possibilidades de convivência harmoniosa e pacífica e estabelecem perturbadores e resistentes quadros de sofrimento individual e social.
Não basta reconhecer o que gostaríamos que nos fosse feito. Este é o caminho para a autoidentificação. É preciso identificar-se com a natureza do próximo, compreendê-lo essencialmente, para dedicar-lhe o sentimento que aspiramos nos seja dedicado. Se achamos justo aspirar tal sentimento, o amor ao próximo deixa de ser uma opção e passa a ser um dever de consciência. O dever de amar imposto pelo livre-arbítrio, pela vontade de ser feliz.
Identificar-se com o próximo, na condição de obra divina em processo de criação, e dedicar-lhe a nossa capacidade de amar como instrumento do Amor Infinito, é a libertadora e sublime lição do Mestre, com cujo amor podemos contar, porque somos todos os próximos de Jesus.
Fonte: Jornal Palavras de Luz nº 59 – setembro/2007.