A DISCIPLINA
É reconhecida a importância da disciplina, entendida como a observância de regras para o desenvolvimento de potencialidades, para o estabelecimento da ordem e para conjugar ações em qualquer realização organizada.
Ao assistir-se a apresentação de uma orquestra sinfônica, tem-se uma clara demonstração do resultado da disciplina individual e grupal, ensejando a expressão do talento artístico de cada músico, a traduzir a composição registrada na notação musical, sob a competente condução do maestro regente e a silenciosa atenção do público. O belo espetáculo depende da ação disciplinada de todos os participantes, individual e coletivamente.
Sem ter uma finalidade de si mesma, a disciplina depende da vontade que orienta suas realizações, tanto para o bem como para o mal. O resultado das ações disciplinadas indica a qualidade da vontade que as determinaram.
A natureza revela a ação disciplinada das suas forças. Desde as vibrações das partículas subatômicas, até a movimentação dos imensos corpos celestes, em tudo se observa a ordem e a harmonia universal, a expressar, pelas leis naturais, a perfeição da vontade de Deus.
As realizações humanas também traduzem a vontade e o grau de disciplina que as determinam, através dos regramentos na formação da realidade individual e social observada.
Aplicável às questões da educação, da família, do trabalho, da saúde, da economia, da política, da ecologia, da ordem individual e social enfim, a disciplina vem sendo reclamada como fator indispensável para a superação de angustiantes dificuldades, que compõem os atuais quadros da realidade.
A disciplina moral qualifica os esforços individuais e coletivos com os valores que lhe são próprios, orientando as decisões em seus objetivos.
Os preceitos do Evangelho formam o mais completo e sublime código de moralidade, capaz de orientar a vontade humana em seus objetivos de felicidade. Os ensinamentos de Jesus constituem o regramento moral indispensável ao desenvolvimento e a educação das forças da alma para a aquisição da paz individual e harmonia social.
Tendo como base as leis do amor universal, a proposta transformadora do Cristo impõe, no entanto, o exercício disciplinado às consciências, convertido em renovadas atitudes frente à vida, a si mesma e aos outros, na dinâmica do amor a Deus, a si e ao próximo.
A Doutrina Espírita esclarece sobre o funcionamento das leis morais que conduzem o espírito em sua evolução, lançando ao entendimento humano, as claridades que orientam a vontade para a ação disciplinada no bem, sob a condução amorosa do Mestre Jesus.
Fonte: Jornal Palavras de Luz nº 57 – julho/2007.