A IMPORTÂNCIA DA EVANGELIZAÇÃO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
“Encarnando, com o objetivo de se aperfeiçoar, o Espírito, durante esse período, é mais acessível às impressões que recebe, capazes de lhe auxiliarem o adiantamento, para o que devem contribuir aqueles incumbidos de educá-lo.” (O L.E., 383)
O Movimento Espírita Brasileiro ainda não despertou completamente para a importância da evangelização infantil. Nas primeiras décadas do século passado, as atividades dos centros espíritas se restringiam quase que só à mediunidade. As portas dos centros eram abertas ao público que, em geral, comparecia para assistir ao espetáculo da comunicação mediúnica, por sinal, bastante movimentada. Com o passar do tempo, foram introduzidas as palestras públicas. Vagarosamente, foram aparecendo os grupos de estudos, visando à preparação de trabalhadores para atuarem na mediunidade, na exposição doutrinária, nos passes. Foram surgindo também grupos de estudos das obras de Kardec, das obras de André Luiz, até de estudos bíblicos. Mas ainda é flagrante a pouca atenção dada ao tema evangelização infantil em livros, em revistas, na internet e em programações de estudo de muitas casas espíritas.
Ali a criança aprende a libertar-se do misticismo do templo; a libertar-se do problema racial; a ter consciência de que deve colaborar na melhoria do mundo; a ter fé no amparo de Deus, de Jesus, dos Bons Espíritos. Mas aprende também que deve fazer a sua parte.
O aprendizado nessa escola vai levá-la a conscientizar-se de que está numa família que a acolheu, mas que foi escolhida por ela própria, levando-a a concluir que o compromisso é mútuo. Vai levá-la a conscientizar-se de que é a construtora do seu próprio destino. Vai levála a saber que a melhor religião é a prática do Bem. E a reconhecer no Espiritismo a volta dos ensinamentos de Jesus, conforme sua promessa.
Àqueles que dizem não desejarem forçar a criança a comparecer ao centro espírita, temendo que ela crie uma rejeição ao Espiritismo, deixando-a escolher sua religião na idade adulta, deve ser perguntado se também deixam ao livre-arbítrio da criança o comparecimento à escola a fim de alfabetizar-se. Ou se deixam também ao seu arbítrio as vacinas próprias da infância.
Os pais realmente responsáveis devem acompanhar de perto o aprendizado da criança, comparecendo à Escola de Evangelização, a fim de dialogar com os evangelizadores.
Os pais devem esforçar-se no sentido de que Evangelho, Espiritismo, evangelização infantil sejam assuntos comentados não somente no Centro Espírita ou durante o Culto do Lar, o que possibilitará à criança fazer a transferência, para o lar, do respeito ao templo religioso vivenciado noutras encarnações, podendo dizer: “meu lar, meu santuário maior”.
É necessário que os pais estejam profundamente convencidos de que são os maiores responsáveis pelo encaminhamento do Espírito imortal que lhes chegou às mãos em forma de criança, competindo-lhes por isso o dever de encaminhá-lo, não só através de palavras, mas principalmente de exemplos dignificantes.
Fonte: (Artigo de José Passine, Revista O Consolador, 03 de abril de 2016)