ALCOOLISMO e TABAGISMO
A hereditariedade exerce um papel de destaque, por oferecer condicionamentos que se fixam nas células do futuro paciente, tornando-o um enfermo que exige cuidados terapêuticos bem-orientados. Por outro lado, as patologias obsessivas resultantes de processos reencarnacionistas sob injunções morais de alta gravidade contribuem para que se manifestem desde cedo as tendências viciosas, nessa área turbulenta do comportamento psicossocial do ser humano.
Tal ocorrência, a da obsessão, é fruto de reencarnações compulsórias, as quais os infelicitadores se recusaram a aceitar como recurso de recuperação moral; produziram-lhes no íntimo revolta contra as Leis de Deus, que não puderam ludibriar ou infringir impunemente.
A revolta natural, dessa conduta decorrente, e os mecanismos de recuperação psíquica, abrem campo mental para a indução perniciosa, facultando a sintonia espiritual e a busca insensata da absorção de drogas geradoras de dependência.
A própria busca dos alcoólicos, assim como dos tóxicos, decorre de uma necessidade inconsciente de autodestruição, fugindo pelos corredores estreitos do prazer alucinado até à consumpção, por não dispor de espaço emocional para a alegria ampla, nem as experiências gratificantes do prazer natural.
É uma chaga social e moral das mais graves o alcoolismo, porque muito bem-aceito nos conglomerados humanos, por significar nos grupos economicamente elevados um status correspondente ao poder, à glória, à fama, ao destaque… e nos guetos representar um mecanismo de fuga da realidade; de igual forma é a asfixia na ilusão.
Paradoxalmente, a sociedade receita a ingestão de bebidas alcoólicas nas suas reuniões e festas como a melhor forma de expressar o júbilo, porque, na maioria das vezes, aqueles que acorrem a esses encontros festivos estão fugindo da solidão, dos conflitos pessoais e familiares, do estresse do trabalho, das injunções do superego castrador e exigente, afogando as ansiedades e os medos nos delírios do falso prazer.
O rico utiliza-se do whisky, do tabaco de Havana, enquanto o pobre usa a aguardente, o tabaco de segunda ou nenhuma categoria, buscando idêntico resultado, que é o abandono de si mesmo nos resvaladouros da loucura. O primeiro, começa de forma elegante, enquanto o segundo se entrega sem qualquer escrúpulo nem estética, confundindo-se ambos no mesmo charco da promiscuidade e da insensatez.
Bebe-se socialmente, em grupos elevados ou de baixo contexto econômico; gera-se dependência, sem reconhecer-se a gravidade do fenômeno até o momento quando o indivíduo se torna alcoólico e o retorno é quase impossível.
Fonte: (Obra O Despertar do Espírito, Joanna de Ângelis, Divaldo Pereira Franco, Cap. 3, pag. 55 a 61)