A INFÂNCIA E A MEDIUNIDADE
Desde a antiguidade são conhecidos fatos envolvendo crianças que registraram vozes, visões, premonições e outras ocorrências, bem constituídas como fenômenos paranormais, despertando curiosidade e suscitando diversas interpretações.
Observando e estudando os fatos espontaneamente manifestados na infância, Allan Kardec, especialmente em O Livro dos Médiuns, reconheceu essas ocorrências como expressões naturais de crianças que precocemente assinalam a ativação de suas faculdades mediúnicas.
A experiência tem confirmado que crianças, por estarem em fase de consolidação do processo reencarnatório, mesmo antes de seu completo desenvolvimento orgânico e psíquico, podem apresentar percepções do plano extrafísico, de onde procederam mais recentemente, revelando as características especiais de suas faculdades psíquicas.
Em determinadas situações, registrando inconscientemente as influências do ambiente vibratório doméstico ou impressões advindas da indução de espíritos desencarnados, as crianças podem registrar desde sutis influências espirituais até suportar graves processos obsessivos.
As perturbações espirituais nas crianças, diante do desconhecimento, preconceito e falta de senso de observação dos adultos, frequentemente não são percebidas ou são tidas como distúrbios orgânicos, emocionais ou de comportamento, deixando de receber a atenção e o atendimento indispensáveis.
A mediunidade manifestada nas crianças não é uma estranha enfermidade a ser vencida ou mera atitude a ser corrigida. Consiste efetivamente numa capacidade natural a eclodir espontaneamente, que precisa ser acompanhada e deve ser tratada adequadamente às peculiaridades de cada caso, consistindo em providência importante para o desenvolvimento integral e saudável da criança.
O Espiritismo oferece aos pais e educadores o esclarecimento e os meios relativos aos cuidados plenos que devem ser dedicados à infância, para protegela, ampará-la e educá-la espiritualmente, no cumprimento de uma responsabilidade tão ampla quanto a de lhe prover a sustentação da vida e a educação formal.
Fonte: Jornal Palavras de luz nº 36 – outubro/2005