PROGRAMAÇÃO DOS FILHOS
Ó espíritas! Compreendei o grande papel da Humanidade; compreendei que, quando produzis um corpo, a alma que nele encarna vem do espaço para progredir; inteirai-vos dos vossos deveres e ponde todo o vosso amor em aproximar de Deus essa alma; tal a missão que vos está confiada e cuja recompensa recebereis, se fielmente a cumprirdes. (O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XIV, item 9.
Após a perturbação que se segue à desencarnação, quando o espírito já se acha em condições de avaliar a sua própria situação, em face da existência corporal que acabou de vivenciar, é comum que o Benfeitor Espiritual que o tenha acompanhado na posição de Anjo Guardião – seguido por outras Entidades compromissadas com o programa evolutivo do seu tutelado – reúnese com esse pupilo, a fim de fazer um levantamento dos ganhos e perdas, dos méritos e deméritos, de tudo, enfim, que fez parte da recém-concluída jornada terrena, com vistas ao planeamento do futuro, que pode ser necessário implementar em prazo curto ou que permita estender um pouco mais sua permanência no Invisível.
É a partir dessa reunião que o próximo futuro do desencarnado errante será delineado, em função das suas necessidades a serem atendidas, das virtudes a serem expandidas e postas a benefício geral, enfim, tudo será projetado em razão da intensidade das provações, das expiações ou das missões que o espírito possa dar conta, a fim de mais avançar na escalada da ascensão.
Desses entendimentos havidos, entre o Anjo Guardião e Auxiliares com o seu tutelado, são estabelecidos, de maneira específica, estrita, ou em linhas gerais, as esferas em que esse tutelado viverá, seja em nível de nascimento e vínculos familiares, seja da profissão em que deverá se apresentar no mundo, da realização esponsalícia ou do celibato disciplinador e do gênero de desencarnação a que será sujeito, tudo isso ajustado às carências e necessidades, virtudes e vícios da alma.
É pela faixa das necessidades e merecimentos que se projetará seu berço. A tipologia biológica e psicológica do grupo familiar terá grande influência no desenvolvimento do ser. Os desafios que necessitará enfrentar para a conquista, por exemplo, da tolerância, da paciência, da lúcida fé em Deus, do espírito de serviço, da boa vontade, da coragem de perdoar e da capacidade de amar sem esperar retribuição, dentre outras virtudes. As pelejas que precisará enfrentar para ver-se livre, por exemplo, da vaidade, do orgulho pessoal ou de família, da prepotência, do medo de ousar e de vários outros produtos do egoísmo.
Fonte: Desafios da Vida Familiar – J. Raul Teixeira, pelo Espírito Camilo, parte IV.