RESPONSABILIDADE NO MATRIMÔNIO
Com base no Livro SOS FAMÍLIA pelo Espírito de Joanna de Ângelis- Divaldo P. Franco. Interrogam muitos discípulos do Evangelho:
1- Não é mais lícito o divórcio, em considerando os graves problemas conjugais, à manutenção de um matrimônio que culmine em tragédia?
2- Não será mais conveniente uma separação, desde que o desentendimento se instalou, ao prosseguimento de uma vida impossível?
3- Não têm direito ambos os cônjuges a diversa tentativa de felicidade ao lado de outrem, já que não se entendem?
Sinais de alarme
1 Silêncios injustificáveis quando o casal está junto;
2 Tédio inexplicável ante a presença do companheiro (a);
3 Ira disfarçada quando o cônjuge emite uma opinião;
4 Saturação dos temas habituais, versados em casa, fugindo para intérminas leituras de jornais ou inacabáveis novelas de televisão;
5 Irritabilidade contumaz sempre que se avizinha do lar;
6 Desinteresse pelos problemas do outro;
7 Falta de intercâmbio de opiniões;
8 Atritos contínuos que ateiam fagulhas de irascibilidade, capazes de provocar incêndios em forma de agressão desta ou daquela maneira…e muitos outros mais.
Perguntas com resposta, retiradas do livro Leis do Amor- (Emmanuel- Francisco C. Xavier).
9 Como é encarado o divórcio nos planos superiores do Espírito? O divórcio, conquanto às vezes necessário, não é caminho salvador quando lutas se agravem. Ninguém colhe flores do plantio de pedras. Só o tempo consegue dissipar as sombras que amontoamos com o tempo. Só o perdão incondicional apaga as ofensas; apenas o bem extingue o mal.
10 Existem casos francamente insolúveis nos casamentos desventurados; não será o divórcio o mal menor para evitar maiores males? Muitos dizem que o divórcio é válvula de escape para evitar o crime e não ousamos contestar. Casos surgem nos quais ele funciona, por medida lamentável, afastando males maiores, qual amputação que evita a morte, mas será sempre quitação adiada, à maneira de reforma do débito contraído.
11 Por mais rápidas se façam as lutas, no casamento, é melhor permanecer dentro dele? Pagar é libertar-se, aprender é assimilar a lição.
12 Quais são as piores consequências das ligações carnais desditosas, além daquelas que se apresentam nos sofrimentos das frustrações ou lesões emotivas? É forçoso observar que da afeição sexual descontrolada surgem muitas calamidades para a vida do Espírito, dentre as quais destacaremos, a par da fascinação ou do ódio, nos problemas da obsessão, o suicídio e o aborto, como sendo as mais lastimáveis.
Texto do livro Vida e Sexo- Emmanuel
DIVÓRCIO
O divórcio é lei humana que tem por objeto separar legalmente o que já, de fato, está separado. Não é contrário à lei de Deus, pois que apenas reforma o que os homens hão feito e só é aplicável nos casos em que não se levou em conta a lei divina. (Do item 5, do Cap. XXII, de “O Evangelho Segundo o Espiritismo).
Partindo do princípio de que não existem uniões conjugais ao acaso, o divórcio, a rigor, não deve ser facilitado entre as criaturas.
É aí, nos laços matrimoniais definidos nas leis do mundo, que se operam burilamentos (aperfeiçoamento) e reconciliações endereçados à precisa sublimação da alma.
O casamento será sempre um instituto benemérito (a serviço de uma causa nobre), acolhendo, no limiar, em flores de alegria e esperança, aqueles que a vida aguarda para o trabalho do seu próprio aperfeiçoamento e perpetuação. Com ele, o progresso ganha novos horizontes e a lei do renascimento atinge os fins para os quais se encaminha.
Ocorre, entretanto, que a Sabedoria Divina jamais institui princípios de violência, e o Espírito, conquanto em muitas situações agrave os próprios débitos, dispõe da faculdade de interromper, recusar, modificar, discutir ou adiar, transitoriamente, o desempenho dos compromissos que abraça.
Em muitos lances da experiência, é a própria individualidade, na vida do Espírito, antes da reencarnação, que assinala a si mesma o casamento difícil que faceará na estância física, chamando a si o parceiro ou a parceira de existências pretéritas para os ajustes que lhe pacificarão a consciência, à vista de erros perpetrados em outras épocas. Reconduzida, porém, à ribalta (palco com suas luzes de destaque para os atores) terrestre e assumida a união esponsalícia que atraiu a si mesma, ei-la desencorajada à face dos empeços (obstáculos) que se lhe desdobra à frente. Por vezes, o companheiro ou a companheira voltam ao exercício da crueldade de outro tempo, seja através de menosprezo, desrespeito, violência ou deslealdade, e o cônjuge prejudicado nem sempre encontra recursos em si para se sobrepor aos processos de dilapidação moral de que é vítima.
Compelidos, muita vez, às últimas fronteiras da resistência, é natural que o esposo ou a esposa, relegado a sofrimento indébito (indevido), se valha do divórcio por medida extrema contra o suicídio, o homicídio ou calamidades outras que lhes complicariam ainda mais o destino. Nesses lances da experiência, surge a separação à maneira de benção necessária e o cônjuge prejudicado encontra no tribunal da própria consciência o apoio moral da autoaprovação para renovar o caminho que lhe diga respeito, acolhendo ou não a nova companhia para a jornada humana.
[…] A escravidão não vem de Deus e ninguém possui o direito de torturar ninguém, em face das leis eternas.
O divórcio, pois, baseado em razões justas, é providência humana e claramente compreensível nos processos de evolução pacífica. (Trechos extraídos da obra Vida e Sexo- Francisco C. Xavier, pelo Espírito Emmanuel-24 ed- Rio de Janeiro: FEB, 2003, p.37 a 39).
Texto de Joanna de Ângelis:
Antes que as dificuldades abram distâncias e os espinhos da incompreensão produzam feridas, justo que se assumam atitudes de lealdade, fazendo um exame das ocorrências e tomando-se providências para sanar os males em pauta.
Assim, a honestidade lavrada na sensatez, que manda “abrir-se o coração” um para com o outro, consegue corrigir as deficiências e reorganizar o panorama afetivo.
É natural que ocorram desacertos, Ao invés, porém, de separação, reajustamento. A questão não é de uma “nova busca”, mas de redescobrimento do que já possui. Antes da decisão precipitada, ceder cada um, no que lhe concerne, a benefício dos dois.
Se o companheiro se desloca, lentamente, da família, refaça a esposa o lar, tentando nova fórmula de reconquista e tranquilidade. Se a companheira se afasta, afetuosamente, pela irritação ou pelo ciúme, tolere o esposo, conferindo-lhe confiança e renovação de ideias.
O cansaço, o cotidiano, a apatia são elementos constritivos (limitadores) da felicidade.
Nesse sentido, o cultivo dos ideais nobilitantes (dignificantes) consegue estreitar os laços do afeto e os objetivos superiores unem os corações, penetrando-os de tal forma, que os dois se fazem um, a serviço do bem. E em tal particular, o Espiritismo – a Doutrina do Amor e da Caridade por excelência- consegue renovar o entusiasmo das criaturas, já que desloca o indivíduo de si mesmo, ajuda-o na luta contra o egoísmo e concita-o (encorajao) à responsabilidade ante as leis da vida, impulsionando-o ao labor incessante em prol do próximo. E esse próximo mais próximo dele é o esposo ou a esposa, junto a quem assumiu espontaneamente o dever de amar, respeitar e servir.
Assim considerando, o Espiritismo, mediante o seu programa de ideal cristão, é senda redentora para os desajustados e ponte de união para os cônjuges, em árduas lutas, mas que não encontraram a paz.
Joanna de Ângelis.
Lisboa, Portugal, em 15 de agosto de 1970 – extraído da obra SOS Família- Divaldo P. Franco. 15 ed. Salvador: Livraria Espírita Alvorada. 2004, p. 39/40.